8 de março de 2017

Veracidade Histórica

         Vivemos numa realidade em que grande parte é um esboço gerado pelo homem. Temos uma noção muito vaga do que realmente existe ou existiu. Segundo Joseph Goebbels, citado por Stille (2006, p. 14), “uma mentira repetida mil vezes torna-se realidade” e a consciência humana assume-a como verdade, vindo a ser acreditada por uma ou mais culturas. Grande parte da história é uma utopia que o homem criou, aliás, é se utópico afirmar que a história da humanidade seja cem por cento verídica, sendo que este ser tem a própria capacidade de a registar e a liberdade de a alterar de acordo com a sua vontade.

         Faz parte da natureza humana possuir interesses próprios para proteger os seus, as suas ideologias e seus bens. Desta forma adultera o registo de eventos, resultando no domínio das opiniões e acções apregoadas, de modo a se assemelhar gradualmente o seu destino ao ambicionado futuro. Esta é a razão pela qual se diz que, “só se deve ter em consideração uma divulgação caso se comprove as respectivas fontes” e “só depois de serem estas autenticadas se regista como um facto”. Sem dúvida nenhuma que esta falha da natureza não é razão para se deixar de ter bases e supostos factos históricos assumidos no nosso registo.

         As próprias pessoas devem ter a curiosidade de descobrir a razão do porquê de permanecer escrito assim, contestar e questionar quais os factores que fizeram o jornalista, escritor, historiador ou cientista, escrever aquela opinião ou estudo. Deve-se ter em conta se o autor sempre teve alguma inclinação de opinião e se forçosamente defende o que dita, sem mente aberta para tentar perceber uma outra possível realidade.

         Supondo que eu sou jornalista. Poderei ter interesse monetário ou social de que uma informação seja manipulada, e para o bem da sociedade isso deve ser evitado, sendo o boato uma arma muito poderosa. E quanto maior a influência que eu tiver sobre a população, maior será a acreditação, aceitação pública e a minha pseudo veracidade implementada na humanidade. Criam-se opiniões e acções que nem os próprios defensores sabem as justificar, porque nos seus argumentos não encontram factores históricos que as comprovem.

         Torna-se fácil a explicação no seguinte exemplo que ainda é fictício mas poderá vir
         a ser verdade:

         Imaginando um astronauta, líder da sua equipa de colonização a Marte. A equipa é constituída por três casais. Devido aos factores que lhes favorecem*, podem muito bem colonizar Marte e autoproclamarem-se os primeiros Marcianos independentes, ignorando a humanidade que reside na terra. Os progenitores poderão elaborar toda uma história de um apocalipse e formar um cenário complexo com uma nova religião e ideologia para agradar os seus interesses.

         O ser humano é capaz de manipular a veracidade da história mais facilmente do que parece. E geralmente o ponto mais fraco no ser humano é a parte emocional das pessoas, que cria um efeito de se agir sem pensar antes com atenção e minudência.

Pense, Reflicta e Comprove…
The Rationalist
* Distância da Terra a Marte; Tempo de resposta da comunicação entre Marte e Terra; Tempo de transporte de pessoas entre estes; Custos para o transporte e treino; Tempo de treino de nova equipa e neste caso militarizada; Problemas político-sociais para a devida mobilização de militares a uma missão extraterrestre (fora do planeta terra).

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